Escarro o sangue dos meus pulmões. Acendendo o cigarro após o vômito de palavras sem sinais de métrica ou qualquer motivo de rimas.
A sandália velha não quer mais caminhar junto aos meus pés e a gramática que uso enquanto caminho foge de meus lábios para se tornar fúteis aos ouvidos de quem ouve. Não há ninguém, encontro-me só! A loucura me faz tolo ou sedento de grosserias pelas ruas de uma cidade ainda infestada de poetas pálidos.
Gotejei-me! Fiz-me gota!
Na madrugada fria ouviriam apenas meus engasgos com restos de comida estragada. O cheiro de bebida barata fugiria pelas esquinas. Era caro vomitar versos com tanto barulho de carros. Os autos iam e viam e traziam gritaria de futilidades de palavras desconexas. Vomitei mais uma vez e fingi ser o poeta que apenas sorria enquanto todos gritavam: Odiamos poesia!