Clarissa
não era branca, nem negra, era aguada como um amanhecer cinza. Pescoço comprido
e cintura fina. Não tinha lábios pequenos, mas obtinha um nariz protuberante,
não aquilino, mas pontudo, mas nada comparado a caroços de feijão - era reto e
firme. O andar era tropeçado, com movimentos para a direita, mais para direita
do que para esquerda, os cabelos sempre para os lados, trançados até os ombros,
diriam, alguém de olhar despercebido, de que Clarissa era uma moça feia, mais
voltada para o convento do que para as prostitutas da Rua Quinze, porém
estariam enganados, pois a beleza dela estava nos olhos, olhar longínquo,
profundos e melancólicos. Diria que ela tinha um olhar choroso, madrugado e
sedento de vida.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
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