sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Solidão Contemporânea

Bento pensou.
Ele pensou:


“Cadê a corda?
A Roldana?
E o banquinho para apoiar meu Serafim?”

O menino sonhou.
O menino sequer soube desejar algo ruim.

Pai!
Afaste este litro de cachaça de mim.

Sangra
Joga.
Amortalha os sentimentos em saias de Alecrim

Pai! Dose. Única.
Ignomínia.
Mentira.

E na esquina a Prostituta ranzinza abençoa em latim.
E no beco o cheiro de Crises vem de vestidos azuis de cetim.

E Ontem almocei goladas de Aipim
Hoje tenho em mente
Cacos de vidro em mim.

A mãe percebera o desastre.
E no escuro silencioso
Deixou dançar um grito escandaloso.
Inumano.Chegou ao quarto ofegante.
No corpo do menino Derramou lágrimas vermelhas.

Choradas. Matadas.
Bento!
Suor em Bento.
O corpo de Bento.
No maldito Corpo bento.

E a mãe sorriu.
Pela primeira vez o menino Parecia um Pêndulo.


Marks William

5 comentários:

Lírios, Lótus e Alecrim disse...

Rsrs. Genial. Alter ego, quem sabe?
Sinto partes de ti. Sempre. Seus personagens sofrem junto. Só gostaria de sugerir para pensarmos juntos: Seria possível escrever sem qualquer envolvimento? Sem se doar aos personagens? Me responda.Estou em crise.
beijos

Thais Michele Rosan disse...

O que posso dizer sobre seu blog, não achei palavra que signifique os sentimentos esdrúxulos que sua palavra provoca..

Adorei seu blog.


:)
bjus

Anônimo disse...

Simplesmente amei suas palavras,o modo como escreve,as rimas,realemente dignos de um verdadeiro escritor.

Muito bom.

=/*Âmanda*&%\°¬¢ ABAIXO ESCUDO DE RECENTIMENTOS disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
=/*Âmanda*&%\°¬¢ ABAIXO ESCUDO DE RECENTIMENTOS disse...

eu gosto, gosto ainda + de todo o contexto, foi por isso q me aproximei.....eu sabia q era bom só queria entender pq, hoje eu sei.

me vizite e c encontre, é singelo, porem, de coração.