terça-feira, 5 de maio de 2009

Nada de Prolixidade.

Meu jeans não teve momentos de eterna alegria.

O zíper abrira momentaneamente unicamente para atingir os cabelos suaves de Gabriele que por aqueles dias diria que minha gramática tinha gosto de camomila.

A prostituta em outra vida não diria sequer uma palavra de agrado, a terra do “Morenismo” diria mentiras fortes de minha vida, outrora de poeta mentolado de Yolandas vagas, fúteis, vaidosas.
O copo de tédio adentrou a boca, aliviou-se em beijos nada mundanos, pensaria mais tarde que o zíper se abriria mais fiel aquela rima de gramáticas imperfeitas. O caldo branco descera no canto dos lábios, ela sentira a poesia e a tristeza vinda diante pernas tão magras e longas, e naquele ambiente de cafeína e diários implicantes decidiu me postar em ambientes de fluxos bem mais conscientes.

Copo quebrado!

Cálice afagado entre os dedos sensíveis de alguma Andréia de vestidos amarrotados. O beijo? Suspirei a falta de cada cigarro em meu ventre de desilusão. Melena de minha velhice amarga por saber que Gabriele não me teria em comprimidos delineados.

Ela sequer entenderia meu lápis em diários calados. Sentenciados por uma filosofia anulada. Eu bem deixei meus pares de sapatos nas ruas amarelas da cultura do “Morenismo”, no entanto o que mais sinto saudades é da prostituta poética que desferiu em mim tamanha sacanagem de labirintos e cheiros de tabacos.

Um comentário:

Bíola disse...

Tuas palavras... Doçura, desejo, ciúmes, raiva, amor, carne, vazio, vulgaridade sutil, sentimentos intensos... Tão presentes no peito, na alma, no papel... Acha mesmo possível não ver-te ai estampado? Pode insistir nessa ladainha, mas transparece teu interior com tamanha precisão que me assusta [...]
Assusta-me perceber tão presente em ti o feitiço ao qual já estou condenada... Por pensar, ver, sentir, na tua poesia, na tua arte, no teu eu, desejo oculto e sufocado, um tesouro que almejo desde sempre... Tua escrita me é preciosa, você me é precioso... A cada dia te amo e admiro mais.
Já disse e insisto: És de um talento uno... É pena esse talento ter que lutar diariamente contra temperamento tão complexo.