segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Como vencer em sala.
______ "Professor, faz como os macacos".
______ Como?
______ "Para o senhor ter respeito em sala tem que imitar os macacos".
______ Dá pra explicar?
______ “O líder defeca na mão e joga no resto do bando para ter mais respeito”.
Ah! Claro, depois dessa dica ninguém mais me desrespeitará na escola.
domingo, 7 de novembro de 2010
Evoluir!
Penso se deveria continuar nesta profissão... nada contra a “bagaça” de ensinar a um bando que prefere ouvir Restart a prestar atenção na aula de Produção Escrita. "Calma, professor! Da sua época pra cá as coisas mudaram, isso é evolução", pois é... eles estão certos (eu acho), na minha época tinha Tim Maia, Cazuza, Legião e Mamonas, eles estão certos, só houve evolução de lá pra cá.
Mais uma preciosidade para alavancar a minha autoestima.
_____ Professor você é bonito, só tem que arrancar estes óculos (miopia massacra), cortar os cabelos, trocar a roupa e malhar um pouco, além disso, você até que está bem.
Uhu!!! Depois dessa me sinto BEM melhor, cortar os pulsos ao som do Restart vai ser uma opção agradável. Quem sabe eles me amem mais ainda.
sábado, 6 de novembro de 2010
Mais uma...
"Querido Professor, eu te amo, você é o melhor professor do mundo, um amigo, um pai para mim, TODOS OS ALUNOS DA SALA TE ODEIAM, mas eu gosto de você."
Com amor, Clara.
Uma entre cinquenta alunos, eu acredito que saí no lucro.
Reis do Elogio.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Professor Fragmentado.
Uma aluna veio a mim e disse:
_____ “Preciso te fazer um elogio, eu gosto mais do senhor que dos professores de Educação Física (ah! "tá” e na ocasião a criatura incluiu os estagiários), ela continuou, eles são bem mais sarados, masculinizados, bem mais descolados e bonitões, – (neste momento houve suspiros, claro que da parte dela) - mas eu prefiro (mesmo assim) o senhor”.
Fiquei indignado; após me olhar no reflexo dos óculos (miopia cretina) descobri o que a mocinha dizia... em outras palavras ela me chamou de magricelo, afetado (afeminado), travado e feio.
Alunos são reis do elogio... Uma beleza de elogio (...)
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Envelheço
(maldita gramática cheia de quinquilharia)
Hoje amanheci desconsolado,
olhei os vestidos, aqueles antigos vestidos amarelados;
verifiquei a quantidade de melancolia, vi a sujeira embaixo dos sapatos
eu não estava ali
nada me pertencia
Era de outra pessoa,
Não minha. Pertencia àquele jovem que festejava ao som de bêbados errantes, àquele jovem que adormecia e não acordava moralista.
Olhei as roupas antigas e neste olhar avistei o único terno empoeirado e nada me pertencia
Acordei comido pelas horas, e não tolerei o barulho da rua, pois o tempo não parou para contemplar minhas angustias, os carros não me sinalizaram quando me viram indo a uma estrada antiga.
As horas me penetraram.
Atingiu a saudade e alojou-se em meu ventre agora Encarnado.
Eu estava desnudo quando afligi Minh’ alma
Olhei-me e vi um rosto enrugado, esquisito e fechado.
Nada me pertencia, nem outrora a juventude que me animava.
o agora já era passado e o que me comia mudou de nome,
o que me comia era o Nada. Convalescente e Destemido Nada.
o que me feria eram as malditas horas que insistia
em me levar diante do armário cheio de brinquedos calados
o que me resta? aquela senhora paixão
nostálgica perante a navalha cortante
senhora paixão de semblante sereno
leva-me o sangue antes do primeiro corte.
Seria o Corte frustrante?
diante do espelho,
cheio de clichês,
eu esmago uma última lágrima
para findar como filho único neste ventre cheio de horas.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
O livro me consome.
Rasgou meus vestidos, desgastou meus sapatos e tirou todo o batom dos meus lábios.
O personagem dentro de mim cresce a cada dia,
deixo de existir, deixo as calças amarelas em outra cerca,
em outro mundo que pertence apenas aos vizinhos
(nada de Noel ou Mariana)
Alicia vive enquanto Antonia morre.
O livro segue um rumo desconexo,
sem meus dedos, sem minha nicotina embaixo da unha.
Temo a jazida que diz meu verdadeiro nome.
Bebida!
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
[...] Sem rota!
Estou só
Desorientado
Fracassado
Sem aqueles vestidos enfadonhos que eu desprezava.
sábado, 14 de agosto de 2010
Pensamento.
o maldito vestido ainda se encontra perto da esquina, de vez em quando o encontro
dentro do apartamento,
fuma, bebe, tem vida e compra a mesquinharia do meu amor.
há dias que me deixo correr por filmes ridículos
mocinhos e mocinhas se apaixonam sem boemia.
sento-me por horas em frente a ilusão da juventude
fico velho
fico cansado
fumo o necessário
para que eu possa me arruinar antes dos cabelos brancos
ao andar sinto os joelhos doerem
que péssimo bailarino eu sou
que péssimo hábito de caminhar com um cigarro entre os dentes.
Dentes amarelos
amarelo como o vestido que deixo repousar ao meu lado durante a embriaguês de noitadas falsas,
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
e nas entrelinhas há um beijo que não existe
mas Sinto os lábios dados por outros
e não tenho mais vontade de escrita
nem de fibras das saias que se contorcem
num movimento enigmático e antipático
sempre na tentativa em me convencer
que não passo de um poeta quieto
e fingido.
fingido...
ido...
naquelas tardes onde o tempo me violentou,
adentrou sem devaneio
arrancando cheiro, sangue e hímen.
Eu sei que minto!!!
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Era tão belo!
meus olhos se foram
sem luz
apenas a escuridão sufocada
me domina
me toma
como parte de uma extensão
que não quero acreditar
...
Vi a luz e era tão atraente.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
sábado, 30 de janeiro de 2010
(prostitutas brancas passam e não ligam para meu código fálico)
Neste momento a embriagues me toma.
As palavras não buscam rima.
A nostalgia me compromete numa solidão de adolescente pronto a sujar as mãos com fluidos pecaminosos
Conhaque no copo, cerveja fria, vinho aberto e duas carteiras de cigarro.
Lá está... Toda pomposa com o pó branco embaixo dos braços.
Maldita menina que antes da Crisma cuspia naftalina.
Lá está... A Senhora imbecilidade fumando ópio no quintal da vizinha.
Maldita menina que antes da comunhão enfiava a mão nas próprias fibras.
Injuriado me encontro em brasas
Desgostado com etanol entre os lábios
Inútil diante este vicio que te contamina longe da minha argila
Grito a frescura do hálito e não espero contradição
Vá! Apaga o cigarro
Cheire o medo que se encontra por baixo dos amores
Cheire a porcaria que se encontra na porcelana do vaso
Cheire o branco que não combina com a pele escura que absorvo
Cheire a canela longe dos meus pratos.
Apenas cheire... E sorria.
fui a escoria
fui a PORRA do coringa que se contaminou com a amante suicida.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Renegar o passado ou fazer dos erros uma trajetória de beijos [...]
O lápis rabisca os contornos, num ritmo de criança peralta... O lápis atinge o sentido da escrita, a essência se perde nos prazeres de lábios molhados. Eu a vi, percebi os contrastes, dissipei a cachaça em cálices trincados, mesmo assim bebi, gostei, amei...
estava ali para ser amado!
Conquistar! "in vino veritas est". A verdade está no vinho. Unicamente no vinho
Isto é celebrar.
Celebrar uma grande paixão de contos de fadas... Achei que fadas não existissem
Mas estão por aí
para alegrar minha partida numa rima mais sensata e divertida.
Você! Meu pedaço de nostalgia... De sonhos absurdos. De meninices perdidas.