quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Entristecido!

Escarro o sangue dos meus pulmões. Acendendo o cigarro após o vômito de palavras sem sinais de métrica ou qualquer motivo de rimas.
A sandália velha não quer mais caminhar junto aos meus pés e a gramática que uso enquanto caminho foge de meus lábios para se tornar fúteis aos ouvidos de quem ouve. Não há ninguém, encontro-me só! A loucura me faz tolo ou sedento de grosserias pelas ruas de uma cidade ainda infestada de poetas pálidos.
Gotejei-me! Fiz-me gota!
Na madrugada fria ouviriam apenas meus engasgos com restos de comida estragada. O cheiro de bebida barata fugiria pelas esquinas. Era caro vomitar versos com tanto barulho de carros. Os autos iam e viam e traziam gritaria de futilidades de palavras desconexas. Vomitei mais uma vez e fingi ser o poeta que apenas sorria enquanto todos gritavam: Odiamos poesia!

domingo, 31 de julho de 2011

Nada mais que um Bobo da Corte.

Por trás do bobo da corte há um choro rancoroso.
Passar-se por tolo é uma maneira sábia de esconder as lágrimas que somente a madruga pode suportar.

Eu vi risos. Gargalhadas!
Fui o fetiche de alguém? Algum pensamento obsceno?

Eu fui a risada alheia. O grito constrangido e o beijo machucado. Não me dariam liberdade pra amar. O Rei me olharia e diria: Bobo! Dance. E eu dancei tantas músicas de mim. O Rei novamente diria: Bobo! Dance.

Levantei do lugar inexistente. Atravessei o gramado e corri.

Tão desistido!

No fim um Bobo da Corte nunca será um príncipe

Marks William



sábado, 30 de julho de 2011

Intocável!

Encontrei a alma, mas não pertencia ao meu corpo.

O sonho acabou na primeira frase de lábios calados.

O corpo se calou diante da música partida. Era o absurdo do amor em amar unicamente o não amado. Eu não tive olhos, nem olhares semicerrados.

Eu estive cansado antes mesmo de saber a verdade!

Veio a mim com um simples sorriso.

Que sorriso! Que lábios! Não duvidei dos suspiros.

Não me alimentei de ilusões. Apesar da ilusão se vestir de mulher.

Temi o que não veria. Temi os beijos que não possuiria.

Temendo os abraços que não me caberiam.

Fraquejando ao temor diante a língua que não me adentraria.

Era mulher! A musicista que não ousou me querer – Ela não poderia!

Simplesmente porque a vida a fez da maneira dramática aos olhos de um poeta sedento de poesia. Amei a mulher que não me amaria. Amando-a sem desperdiçar minha escrita. Num amor que não me pertencia.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

"Mens Sana in Corpore Sano"

"Não vejo a hora de acordar e acender o cigarro".

Era hora de parar definitivamente com o tabaco - Não será fácil!

A Estratégia:
dia 01 de agosto - 15 cigarros.
dia 03 de agosto - 13 cigarros.
dia 05 de agosto - 11 cigarros.
dia 08 de agosto - 10 cigarros.
dia 10 de agosto - 7 cigarros.
dia 11 de agosto - 6 cigarros.
dia 12 de agosto - 5 cigarros.
dia 13 de agosto - 3 cigarros.
dia 14 de agosto - 2 cigarros.
dia 15 de agosto - 1 cigarro.

Se dará certo??? Espero que sim! Será apenas mais uma estre tantas que já tentei.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Caindo!

E a negritude me atingiu.
Tingindo-me!

Sonhava com aqueles lábios ressecados em minha língua.
Ela vomitava palavras entre meus dentes
e dizia: Amor!

Não era mentira!
Realmente eu me apaixonara antes de qualquer visita pelas mãos da balconista.
Era tarde. Era! Não me enxergo além de palavras. Não me vejo além de frases montadas
Não a vi. Não a vejo.

O gosto dos lábios penetraram minha carne e eu sedento de prazer engolia saliva.

Doce e amarga saliva.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Arrependimento.

Cigarro.

Fumaça!

O diabo com toques afeminados.

Ela adentrou. O salto alto acompanhou os meus dedos no teclado.

Eu não a olhei, mas ouvi os movimentos no quarto que um dia pertenceu a nós dois.

Arrumou a mala. Limpou as lágrimas e saiu.

...

...

A criatura estava tão triste. Tão fragilizada. Amedrontada!

Minha alma pensou em correr. Tentar buscá-la, mas já era tarde.

Pela janela a vi se desmanchar.

Depois atingir a calçada e entrar pelo esgoto.

(E o dia se tornou cinza).

domingo, 24 de julho de 2011

Bianca.

E não me sabotei diante da beleza.

Os versos se rabiscam.

Numa tentativa vã em descrevê-la. Nada conseguirei.

A beleza me atinge fazendo com que o lápis, um instrumento simples, se quebre em pedaços.

Ajeitei o chapéu. Ajeitei-me e agora espero... Esperar não é uma qualidade que tenho, mas tento e tentando me vejo diante de escritos que superficialmente falarão dos sentimentos, estes que tanto escondo ao sorver o café que delicadamente me sirvo de tuas mãos que me apaixono além do balcão de guloseimas.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Personagens.

O rastejar me permite sentir o pó.
A relva verde me machuca, porém nada mais me agrada do que rastejar por palavras que não querem aparecer.
Sim! Sou deus de um livro, mas quem seria o deus de mim?
Talvez este deus esteja se remoendo com uma xícara de café em cima de um esboço falho e ranzinza, talvez o deus que escreve - que me cria - também seja carrancudo - assim alivio minha mente de perseguições. Perseguidores que ainda me olham e dizem: "Lá vai o macambúzio com o sonho inútil de ser escritor". Será que alguém ousaria dizer a Deus que a escrita dele é péssima? "Olha, Deus, Seu livro é horrível". Creio que não!
Ontem matei duas personagens, neste momento se encontram numa lata de lixo. Li e reli, não gostei e joguei. Muito simples.
Eu como personagem secundário deste deus seria alvo de seu mau humor?
Deus olhou, não gostou e... Pensando bem, ele não faria isso. Sendo autor prepotente não erraria nas criações e muito menos seria mal humorado. Eu acho! Eu creio e por enquanto não basta.

20 de junho de 2011 – Totalmente Embriagado.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Grosserias "embusteiras".

Sou amante da desgraça. Sou o medo da virgem diante do objeto fálico. Sou e nada mais serei.

Amei várias Samantas, algumas Carolinas e várias Marias. E diante da balconista da padaria as vejo coberta de açúcar.
Aos poucos, a cada mordida, sinto o ciúme, as moscas que pousaram e o leite desperdiçado.
Em cada mordida sinto o gosto amargo de tê-las.
Beijei-as e nada senti, pois acima do doce estava um amor calórico que me enojava.

Amei algumas Talitas, e estas me pareceram saudáveis. Em cada fibra um gosto de tabaco amargo. Estas eu amei como adolescente em cima de uma revista pornô. Dentro da revista, em cima de conteúdos cansados, eu me cansei. Nada para me fazer querer. Mas mesmo assim amei.

Depois vieram as Marianas que com grande amor as cultivei. Era jardineiro. Era cuidador. Mas me elas não me queriam. Eram tantas bailarinas em meu jardim que não acompanhei os movimentos gritantes e ao mesmo tempo tão leves. Perdi-me e perdido fugi.

Sobraram-me as violinistas que como bolhas de sabão estouraram no primeiro contato com meus dedos obscenos. No fim, nada cultivei, pois nada realmente amei, além de uma doença de que nada terei além deste cigarro que carrego entre meus lábios.