sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Menina [...] Mentira... Sem nexo! Sexo...



Lixo! Boca! Ressaca... Alecrim
A febre era a piada
Pitada de Medo... Gosto de água. Perca do poeta...

Perca de algo absoluto.
Fiz o café sem cheiro, sem corpo, Cedo [...]
O poeta caiu. Novamente inocente.
Afogou-se enojado da caligrafia,

dos estudos e da disciplina.
Revirado!
Comeu sapo.
Vi o homem andar distante com seus passos magros,

ladrilhado por aqueles que apenas observavam.
Vi o homem velho com andar de passos largos.
Fugia! Fugia para o olho de mentira [...]
Beijei a menina com olhos de caixinha.

Ao alcance de certas mentiras.
Apelidaram a alma de covardia. Tadinha [...]

Sem notas musicais, sem os passos da dançarina,

o Sufoco da alma eram apenas em quatro maldições:
A voz sussurrada,
o toque quase sacerdotal,
a leveza da bailarina
e os beijos da pequena menina.
A vi sumir de vista na noite repentina.
Talvez um sorriso, um batuque de alegria, as sandálias de saída.
Estrada... Asas... Poetisa. Ressaca...

A boca! Três tiros e a morte de mentira. Mentiras...

A febre realmente era a piada.

Era o repudio da voz de Talita,
era moça, era simples na alma de menina.
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Marks William





sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Cecília.

Sou o poeta sem cigarros.
O livro empoeirado em seus braços...
Perdido entre os beijos de Cecília,
Dentro de mil clipes enferrujados
Pregados na descoberta do dilema,
Entre mil corpos, a falta de fé sempre no meio de outros pés.
A água desceu fria.
O maldito cigarro derreteu,
O corpo cheio de contornos não enxergou
No caderno velho a última tentativa de olhares fúteis.
Olhei distante e caí. Não vi Cecília.
Caí profundamente, PROFUNDAMENTE! Ceguei Cecília.
Então o céu se perdeu em um paraíso só de ateus.
Marks William

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Vaidade.

A virgem comprou olhos de metal.
Comprou olhos de metal.
Olhos de metal.
Metal?

Miopia em fase desordenada, olhos de cristal, coloridos, permanentes.

Virgem medíocre. Cegou-se para ficar bonita.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Futilidade

O velho dormia.
Sonhava com a juventude perdida
O velho não queria acordar, porém se viu de pé em um dia que não se cansava em desgastar.
Era músico, era ator, era um velho escritor.
O velho sorria. Sorria a pobre aposentadoria...
Sorria sua liberdade de poder voar...
Seus cabelos brancos há muito tempo foram levados pelo vento.
Seus dentes se perderam em uma última tentativa de reagir.
Ele sorria e ninguém sabia. Muitos passavam na rua, olhavam e diziam:
____ Pobre velho, pobre diabo sem dentes e sem cabelos.
Que nojo! Cadê seus Dentes?
Marks William

Poeta Feio

No canto...
Vejo pernas cruzadas e palavras desalinhadas.
A fumaça desenha o contorno do cigarro e o verbo sempre no passado desmente a tentativa de aborto da mãe embriagada com poesia no ventre.
Capturado pelo sentido do não ser pela poesia dos alcoólatras com chapéus de cordas, Os adornos dos poetas da vida noturna tem o cheiro de Modigliani.
Embaixo da cama ainda se viu uma última pintura,
De dedos,
De beijos,
E de pedaços da condição humana.
No canto
Vejo a palidez do poeta em confronto com palavras mal faladas,
A palidez do gesto obsceno a procura de sua beleza.
Poeta feio!
Que embriagado contempla o “Modelo”?
Somente a lágrima para disfarçar o alcance do paladar. Somente a fumaça do cigarro para compreender a fuga do “palhaço” sem par.
Vejo a fotografia no canto de uma festa com pensamentos desnecessários, em fuga da futilidade presente dos belos moços que ali se encontram, Poeta com um chapéu de corda...
Corda no pescoço...
A mãe renegou o filho. Nenhuma mulher aceitaria este noivo.
É a pintura dos dedos de um jovem com suas fobias e desavenças com a vida. Fotografias dos beijos perniciosos sufocados no salão de festas, a fotografia dos sonhos indignados pela ausência do vicio.
Não é um homem, é um poeta... A mãe estava certa, pois
Poetas necessários são aqueles que nunca existiram!
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Marks William

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Virginia...

O lápis quebrou, a caneta falhou na vertigem do papel, recuando o pretérito perfeito de amores sem métrica e sem rima.
São palavras incompreensíveis e desajeitadas de meu diário respingado de café. É o lúdico da gramática toda imperfeita que faz dos beijos perniciosos uma solidão regada a vinho.
É o poeta sentado, a preguiça do lápis quebrado que nunca fará a escrita. O prematuro vinho aberto antes do tempo... “Vinagrado”... Mascado... O cheiro do palhaço exalando alegria. Os gestos frágeis escondem os seus toques obscenos.
Onde encontro Virginia?
A vi pela ultima vez próximo a um riacho. A depressão sem os seus cigarros ___ é a poetisa no berço decadente do suicídio.
Triste fim do papel amassado sem a poesia. O gosto das letras na boca do estômago dispersa a futilidade da preguiça. São os dígitos malditos que cansam o poeta na lata de lixo.

Marks William.